Whisky

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sábado, 12 de maio de 2018

Desvendando Nº 75: Tomatin 12 Anos



Tomatin significa “Colina dos Zimbros” em gaélico, o que descreve seu belo cenário nas Montanhas Monadhliath.

Com 23 alambiques e uma capacidade de 12 milhões de litros, a Tomatin foi o colosso da indústria de whisky de malte. Em 1974, ofuscou até mesmo a Glenfiddich, que continua com capacidade para 10 milhões de litros. Ela se tornou a maior destilaria da Escócia e perdia apenas para a destilaria Hakushu no Japão.

A Tomatin foi fundada em 1897 e levou um tempo para virar gigante. Seus dois alambiques foram aumentados para quatro em 1956. Em seguida, a expansão foi rápida até chegar ao auge, na década de 1970. A Tomatin lutou como uma destilaria independente até 1985, mas um ano depois a casa foi vendida para dois de seus clientes de longa data, Takara Shuzo e Okara & Co., tornando-se a primeira destilaria escocesa em mãos japonesas.


Com 11 alambiques a menos, a produção foi reduzida para 5 milhões de litros. Mesmo assim, é atualmente a segunda maior destilaria da Escócia, sendo ultrapassada pela Glenfiddich. É também uma das destilarias mais altas da Escócia, situando-se a 312 metros acima do mar.

Seus alambiques possuem boil balls integrados nos gargalos, com cintura estreita, para estimular o refluxo. A destilaria também possui sua própria tanoaria, onde tonéis são feitos e mantidos por tanoeiros. O whisky Tomatin é maturado principalmente em tonéis de carvalho americanos, previamente usados para bourbon, com algumas pipas de jerez para conferir uma nota de jerez aos maltes.

Como destilaria de grande porte, a Tomatin desenvolveu um malte abrangente, capaz de atender aos inúmeros blends. Não é o mais complexo nem o mais assertivo dos malts, embora seja bem mais saboroso do que se imagina. Para o iniciante que deseja passar dos single malts mais leves para uma bebida mais marcante, experimentar o Tomatin vale a pena.


O whisky campeão de vendas da Tomatin é o padrão 12 anos. As expressões 18 e 25 anos fazem parte da produção principal, enquanto versões mais envelhecidas e vintages específicos são lançadas esporadicamente.

O que pude perceber:
Características: dourado, cremoso, encorpado.
Aroma: malte, terra molhada, chocolate meio-amargo, amadeirado, amendoado, cereais, frutado, passas, pera e frutas vermelhas. Não há evidência de álcool apesar dos 43% ABV. Além de um certo aroma herbal, possui também frutas cítricas, mel e açúcar mascavo. Com água libera notas de maçã, malte e nozes. Terra molhada, cereais, açúcar mascavo, frutas cítricas, abacaxi e especiarias leves.
Paladar: bastante fresco, nota-se mel, açúcar mascavo, amadeirado, malte, frutado, pera, maçã, frutas secas, ameixas e uma leve picância. Com um pouco de água, sabor herbal, frutas brancas, como maçã e pera, mel e baunilha. Ficou um pouco mais picante, principalmente na finalização, onde deixou a boca um pouco dormente.


Bem sedoso e prazeroso. Experimentei na companhia do amigo Alexandre Tito, grande conhecedor e colecionador de whiskies. Na ocasião, ele levantou a questão de que este whisky se parecia com outro, bem famoso. Então fomos tirar a prova e compará-los. E realmente ambos se parecem muito. Estamos falando do Glenfiddich 12 anos. A semelhança é incrível. Acho que a competição no tamanho e capacidade das destilarias influenciou inclusive no sabor. 

Whisky muito fácil de beber e de um excelente custo x benefício. Uma garrafa para se ter sempre no bar e um verdadeiro curinga. A única diferença gritante em relação ao Glenfiddich, na minha opinião, é a finalização, que no Tomatin é bem picante. Maturado em barris ex-bourbon e ex-jerez, talvez deste último barril venha a sua picância.




Tomatin 12 Anos

Single Malt: Terras Altas Teor Alc 43%

Um malte com o estilo de Speyside, suave, macio e centrado.

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