Whisky

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domingo, 4 de março de 2018

Desvendando Nº 65: Jim Beam Rye



A Jim Beam é a marca de bourbon mais vendida do mundo e suas origens remontam ao século XVIII, quando o fazendeiro e moleiro Jacob Boehm, nascido na Alemanha, mudou da Virgínia para o condado de Bourbon, no estado do Kentucky, levando seu pot still de cobre. Conta-se que Boehm vendeu seu primeiro barril de whiskey em 1795 e em seguida mudou-se para o condado de Washington, onde herdou terras de seu padastro.

Jacob teve dois filhos, John e David. Quando David Beam esteve à frente da destilaria, ela mudou o nome para Old Tub. Em 1854, seu filho, que também se chamava David, transferiu os negócios para o condado de Nelson, onde instalou a destilaria Clear Springs junto a uma ferrovia.

Jim (James Beauregard) Beam era bisneto de Jacob Boehm. Começou a trabalhar na empresa com 16 anos, em 1880, e os negócios prosperaram até a lei seca forçar o fechamento de Clear Springs.

Beam fundou a atual destilaria Clermont, próximo a Clear Springs, após o fim da lei seca, em 1933, já com 77 anos. Morreu em 1947, cinco anos depois de o rótulo Jim Beam aparecer pela primeira vez e dois anos após a firma ser vendida para Harry Blum, de Chicago, um sócio da empresa.


A ligação com a família Beam, no entanto, permanece até hoje, com Fred Noe, bisneto de Beam e membro da sétima geração da família. O pai de Fred, Booker Noe, foi reconhecido como um dos grandes nomes da destilação de bourbon. Clermont, próxima à capital do bourbon, Bardstown, continua a ser a principal destilaria da Jim Beam, mas sua produção é complementada pela destilaria Boston, situada perto, que existe desde 1953.

Além dos rótulos Jim Beam, a destilaria produz whiskeys como o Baker's Kentucky, o Basil Hayden's, o Knob Creek, o Old Crow, o Old Grand-Dad e o Old Taylor.

O que pude perceber:
Características: cor âmbar, pouco corpo.
Aroma: sente-se um pouco de álcool pronunciado no início. É preciso acostumar as narinas. Depois disto vem uma picância, amêndoas, baunilha sutil, caramelo e frutas secas. Não é doce, sente-se um cheiro de gramíneas, como grama recém cortada. Com um pouco de água o aroma evidenciado é o de centeio. Aparece também um mentolado. O álcool fica bem mais suave. Permanecem as gramíneas mas o caramelo e a baunilha agora ficam mais sutis. Há um toque de chocolate branco. Ficou bem mais agradável sem a presença do álcool. Com uma pedra de gelo, aroma mentolado, de centeio e baunilha. Nada de álcool agora. Os aromas se fecharam.
Paladar: pimenta, caramelo, baunilha e frutas secas. O álcool no paladar não é sentido como foi sentido no aroma. O que sente-se é uma picância forte que pode ser muito bem confundida com álcool, mas não é. Finalização média e quente, de especiarias. O acréscimo de um pouco de água deixou o whiskey bem mais balanceado, com o amargor do centeio confrontando com o caramelo e a baunilha. Ficou com menos evidência de especiarias e mais de frutas secas. O final ficou um pouco mais longo e menos apimentado. Pareceu até que com água aumentou a cremosidade do whiskey. O acréscimo de uma pedra de gelo deu uma amargada, desbalanceando a bebida.


É um whisky que surge como uma alternativa aos bourbons. Por ser um Rye, obrigatoriamente deve haver um percentual maior de centeio, 51% no mínimo. Isso deixa o whiskey menos doce que os bourbons, visto que o centeio dá um toque mais amargo. Também vem daí a pegada de especiarias e frutas secas.

O álcool incomodou um pouco no início, mas foi resolvido com a adição de um pouco de água. Acrescente gelo se for fazer um drink, caso contrário, a adição de um pouco de água gelada deixa a bebida no ponto ideal de ser consumida. Pelo menos para o meu paladar, claro.

No geral achei uma ótima bebida em substituição aos bourbons. O meu paladar não é muito afeito a bebidas mais doces e este Rye cai como uma luva para sair um pouco do mundo dos blends e single malts sem ter que apelar para a doçura dos bourbons. Espero que além deste, mais Rye whiskeys comecem a aparecer por aqui.




Jim Beam Rye

Rye Whiskey Teor Alc 40%

Leve, perfumado e aromático no olfato, com limão e menta, Jim Beam Rye é oleoso na boca, com frutas macias, mel e centeio no palato, secando e se tornando picante no final.

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