Whisky

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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Desvendando Nº 42: Jim Beam Black 8 Anos


A Jim Beam é a marca de bourbon mais vendida do mundo e suas origens remontam ao século XVIII, quando o fazendeiro e moleiro Jacob Boehm, nascido na Alemanha, mudou da Virgínia para o condado de Bourbon, nos estado do Kentucky, levando seu pot still de cobre. Conta-se que Boehm vendeu seu primeiro barril de whiskey em 1795 e em seguida mudou-se para o condado de Washington, onde herdou terras de seu padrasto.

Jacob teve dois filhos, John e David. Quando David Beam esteve à frente da destilaria, ela mudou o nome para Old Tub. Em 1854, seu filho, que também se chamava David, transferiu os negócios para o condado de Nelson, onde instalou a destilaria Clear Springs junto a uma ferrovia.

Jim (James Beauregard) Beam era bisneto de Jacob Boehm. Começou a trabalhar na empresa com 16 anos, em 1880, e os negócios prosperaram até a Lei Seca forçar o fechamento de Clear Springs.


Beam fundou a atual destilaria Clermont, próximo a Clear Springs, após o fim da Lei Seca, em 1933, já com 77 anos. Morreu em 1947, cinco anos depois de o rótulo Jim Beam aparecer pela primeira vez e dois anos após a firma ser vendida para Harry Blum, de Chicago, um sócio da empresa.

A ligação com a família Beam, no entanto, permanece até hoje, com Fred Noe, bisneto de Jim e membro da sétima geração da família. O pai de Fred, Booker Noe, foi reconhecido como um dos grandes nomes da destilação de bourbon. Clermont, próxima à capital do bourbon, Bardstown, continua a ser a principal destilaria da Jim Beam, mas sua produção é complementada pela destilaria Boston, situada perto, que existe desde 1953. Juntas, as duas fábricas têm uma capacidade anual de 40 milhões de litros.

Além dos rótulos Jim Beam, a destilaria produz whiskeys como o Baker's Kentucky, o Booker's Kentucky, o Basil Hayden's, o Knob Creek, o Old Crown, o Old Grand-Dad e o Old Taylor.

O estilo da casa Jim Beam é caracterizado por altas proporções de centeio e milho no mosto, o restante é composto de cevada maltada. Ultimamente a marca tem inovado ao lançar uma linha de Bourbon com infusão de sabores naturais, como por exemplo, mel ou canela. No início de 2014, a Suntory, a mais poderosa e conceituada produtora de whisky do Japão, comprou a Jim Beam por US$ 16 bilhões.


O que pude perceber:
Aspecto: cor âmbar escuro, encorpado.
Aroma: doce, caramelo, amadeirado, açúcar mascavo queimado. O álcool não é muito perceptível, apesar de possuir 43% ABV. Possui o aroma de balas de caramelo. Tem um pouco de baunilha e lembra também bolo de chocolate. Apesar do aroma doce, não é enjoativo e em nenhum momento senti a presença marcante do milho, marca registrada dos bourbons. Aroma bem suave. Com um pouco de água ressalta o caramelo e a baunilha, além do carvalho e um toque de frutado, que agora aparece. Com gelo o aroma fica mais fresco, mais suave, menos doce, com predominância da madeira.
Paladar: o gosto do caramelo e do amadeirado preenchem a boca. Desta vez, sente-se um pouco a presença do álcool, deixando uma leve dormência na boca. Confirma no paladar a baunilha e o açúcar mascavo. Novamente não percebe-se o milho. Finaliza de uma forma bastante seca. Com um pouco de água, fica mais macio, mais aveludado e mais suave. Amenizou um pouco o álcool, evidenciando mais a baunilha. O gelo, no paladar, deixa a bebida mais cremosa, o álcool some, diminui ainda mais a ardência na boca, mas diminui também a sua finalização, que agora ficou bem curta. O gelo torna a bebida bem palatável, em contrapartida retira um pouco do seu caráter.

Quando fiz esta degustação não era muito fã de bourbons. Talvez porque meu paladar não seja muito afeito aos doces. Tanto que preferi abrir a miniatura que acompanha a garrafa para realizar o review do que abrir a garrafa maior e deixá-la guardada aberta. Hoje, experimentando outros bourbons, não somente os que são comercializados aqui no Brasil, com variações bem diferentes na composição do mosto, mudei minha visão sobre eles. Acho que é um nicho de bebidas a ser explorado, tanto quanto o Scotch. Há bourbons bem interessantes.

Voltando ao Black, ele me surpreendeu. Primeiro porque não é tão doce e, segundo, porque o milho não é evidente. Se eu tivesse que escolher um bourbon para o dia a dia, certamente este estaria entre minhas opções.

Na forma de beber, preferi ele com a adição de um pouco de água. O gelo o descaracterizou e, puro, achei um pouco ardido. De uma forma geral é um bourbon que pretendo ter sempre em meu bar.


Curiosidades:
● No rótulo de Jim Beam é possível ler a famosa frase “None Genuine Without my Signature” (em tradução livre “Não genuíno sem a minha assinatura”) seguida da tradicional rubrica de James B. Beam.
● O Master Distiller Jerry Dalton (1998-2007) foi o primeiro homem a não pertencer a família Beam a ocupar esse importante cargo na destilaria.




Jim Beam Black 8 Anos

Bourbon Teor Alc 43%


Essa expressão possui mais profundidade que a White Label, com notas de baunilha e de frutas mais complexas, além de alcaçuz e centeio doce.

2 comentários:

  1. Acabei meu WT 81 e parti para o Jim Beam Black...estou tomando ele sem gelo ou sem adição de água e realmente notei muita diferença. Muito mais seco na boca e forte finalização. Bem diferente de outros Jim Beams ou até mesmo de outros Bourbons....está valendo o investimento

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    1. Luis Domingos, o Jim Beam Black é realmente diferenciado. Continue acompanhando e participando. Um abraço.

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