Whisky

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domingo, 29 de novembro de 2015

Desvendando Nº 32 - 100 Pipers


Criado em 1965 pela empresa Seagram, o 100 Pipers recebeu seu nome em homenagem a uma canção escocesa antiga. Simboliza a visão de 100 gaitas de fole conduzindo a marcha do exército sobre a cidade de Carlisle. Diante do temor do barulho o exército inglês, atordoado, bateu em retirada.

Quando a Seagram Company buscava uma marca para competir no setor de maior valor agregado, ela se inspirou na canção e deu o nome de 100 Pipers à sua marca. Tinha esperanças que, do mesmo modo, os concorrentes corressem de medo.

Com preço competitivo, foi um grande ícone da categoria “custo-benefício” do mercado de whisky escocês, onde teve um sucesso imediato. No Reino Unido, porém, por razões óbvias, foi depreciado.

O blend contém Alt-a-Bhainne, Braeval, Glenlivet e Longmorn. A Seagram desenvolveu a marca e ela continua a prosperar sob seus novos proprietários, a Chivas Brothers (que pertence à Pernod Ricard). Hoje, é um dos 10 Blends mais vendidos do mundo.

A venda do 100 Piper cresce em vários países, sendo o mais vendido na Tailândia. Espanha, Venezuela, Austrália e Índia, vêm logo atrás.


O que pude perceber:
Cor: âmbar claro, pouco viscoso.
Aroma: sente-se um aroma diferenciado, de frutas secas, talvez passas e frutas cristalizadas. Diferente do que eu esperava, sem muita influência dos whiskies de grãos e sem a presença pungente do álcool. Passa a sensação de algo mentolado. Com um pouco de água, acentuam-se os aromas mentolados e também surgem especiarias. Qualquer traço de álcool some. Com uma pedra de gelo, aromas de cereais e malte, além de uma sensação de cheiro de terra molhada.
Paladar: caramelo, cereais, um pouco picante. Uma ligeira dormência na boca, não muito forte, e finaliza com cereais. Com água, fica mais sedoso porém, sente-se agora o gosto dos whiskies de grãos e também um pouquinho de álcool. Já com gelo, achei que ficou aguado, perdendo suas características. No final ainda perdura um pouco de cereais, Ficou muito leve.

É um whisky suave, ótimo para ser misturado. Há outras opções melhores no segmento de blends standards. Nesta degustação levei vantagem. A garrafa que comprei de 1 litro veio com uma miniatura de brinde, de modo que não precisei abrir uma garrafa inteira. Como dá para perceber, uma garrafinha destas equivale a uma dose bem generosa.




100 Pipers

Blend Teor Alc 40%


Coloração pálida. Um whisky leve e muito misturável, com um paladar uniforme e, aida assim, um suave sabor defumado.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Jim Murray elege como Whisky do Ano de 2016 o Canadian's Crown Royal

Uma das destilarias mais remotas do mundo foi premiada no World Whisky of the Year pela primeira vez.


A Destilaria Gimli, que fica às margens do Lago Winnipeg no centro do Canadá, é o lar da marca Crown Royal. Na Bíblia do Whisky 2016 de Jim Murray, publicada recentemente, levou o cobiçado título de Whisky do Ano, com sua edição especial Northern Harvest Rye.

É a primeira vez que um whisky canadense ganha o prêmio máximo na Bíblia do Whisky, na 13ª edição anual. No ano passado, o mundo do whisky foi abalado quando o prêmio foi para um single malt japonês.

Autoridade no mundo do whisky, Jim Murray, que provou mais de 1.000 novos whiskies antes de fazer seu anúncio, disse que no ano passado as pessoas ficaram chocadas quando deu o prêmio ao Yamazaki, até que elas o provaram. Então, viram que não era afronta aos escoceses e que era algo verdadeiramente extraordinário.

Este ano, sem dúvida, haverá muito mais agitação, porque raramente é mencionado o Canadá quando se fala nos whiskies top do mundo. Mas, novamente, as pessoas serão surpreendidas com a beleza intransigente e original deste whisky. Ele certamente colocará o centeio como marca do whisky canadense.


Apesar do whisky canadense ser comumente conhecido como centeio, esta nova marca é uma de apenas um punhado que na verdade é feita a partir de cerca de 100% de centeio. A maioria dos outros são destilados a partir de milho ou trigo com centeio e outros aromas adicionados.

Segundo Murray, ele estava até considerando rebaixar o whisky canadense de ter seu próprio capítulo na Bíblia. A qualidade do whisky canadense vinha decepcionando há algum tempo com muitos produtos que não eram whisky, tendo suco de frutas ou vinho adicionados para dar um sabor mais suave. Então Northern Harvest Rye aparece do nada e muda o jogo.

Na Bíblia do Whisky 2016 ele dá ao Northern Harvest Rye um recorde de qualificação: 97,5 de 100 pontos e comenta: "dizer que este é uma obra-prima é apenas fazer justiça".

Este é o segundo ano consecutivo em que um whisky escocês não recebe uma das maiores honrarias da Bíblia do Whisky. O mais próximo foi o Glenfarclas 1957 Family Casks #2110, que foi nomeado "Whisky Single Cask do Ano".


Fonte: whiskyintelligence.com

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Destilaria Benromach revela dois novos whiskies com acabamentos em madeiras diferentes

A destilaria Benromach anunciou o lançamento de duas novas edições limitadas com acabamentos diferentes em madeira: Sassicaia e Hermitage.

Essas expressões oferecem um perfil de sabor único como resultado de um período de acabamento final em barris de vinho das regiões vinícolas ilustres do norte do Rhône, Haut-Médoc, perto de Bordeaux, e Bolgheri na Toscana.


Finalizado por 18 meses em barris antigos de vinho Sassicaia de Bolgheri, Toscana, após maturação em barris de bourbon de primeiro uso, Benromach Sassicaia (ABV 45%) é uma bebida requintada que tem uma coloração vermelho rubi profundo adquirida naturalmente. Frutas vermelhas são sentidas no nariz seguido por notas de gengibre e canela, complementado por um acabamento esfumaçado sutil. No paladar, sabores de pimenta que logo dão lugar a frutas maduras, com notas de chocolate, seguido por uma sutil fumaça.


Benromach Hermitage (ABV 45%) deve seu sabor único a um período final de acabamento em cascos de carvalho que anteriormente continham vinho do Hermitage Appellation d'Origine Contrôlée, na região norte do Rhône, na França. Aromas de frutas doces de verão, principalmente limão, seguido de um toque de baunilha e canela, permeado pela fumaça de turfa e uma pitada de hortelã e pimenta. O paladar é frutado e doce, com sabores de cereja escura e laranja, combinando com chocolate ao leite cremoso. Apresenta ainda uma fumaça suave e um final longo e frutado.

Os novos lançamentos de Benromach seguem a linha de edição limitada de acabamentos em madeira, juntando-se às expressões Château Cissac e Hermitage 2004, que foram lançados em 2014.

A maturação em barris de vinho de regiões distintas cria um sabor distinto no whisky e permite o desenvolvimento de um caráter verdadeiramente único. As novas expressões já estão disponíveis para compra em lojas especializadas de whisky com um preço de £ 39,49.


Fonte: whiskyintelligence.com

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Old Pulteney lança seu terceiro vintage “Flotilla”


A Entente Cordiale* está novamente sendo homenageada pelo single malt Old Pulteney com o lançamento de seu terceiro vintage, “Flotilla”, que será inicialmente disponibilizado no mercado francês.

Old Pulteney Flotilla 2005 foi revelado no Whisky Live Paris em setembro em colaboração com La Maison du Whisky, com uma edição limitada de apenas 12.000 garrafas destinadas a revendedores independentes na França.

Flotilla, uma frota de barcos ou navios de pequeno porte, está enraizada na antiga palavra francesa “flote”, significando multidão. O mais recente lançamento segue o sucesso dos premiados vintages Flotilla 2000 e 2004 entre os fãs franceses do whisky Old Pulteney.

Feito na Destilaria Pulteney na cidade costeira de Wick, no extremo norte da Escócia, a nova safra é amadurecida em barricas de carvalho americano ex-bourbon para dar ao single malt sabores complexos, suaves e de características costeiras.

Aparência: ouro brilhante.
Aroma: baunilha cremosa com um toque de aromas de especiarias seguidos por notas brilhantes de limões e maçãs cozidas, arredondados com uma distinta nota marítima.
Sabor: frutas tropicais e especiarias moídas na hora, cítrico, com um toque doce de caramelo. O acabamento é aveludado, salgado e persistente.

O whisky é complementado por uma embalagem marcante da Flotilla, desenhado em azul macio e prata, com a marca do barco pescador de arenque Old Pulteney, todos inspirados pela herança marítima profundamente enraizada do malte.

Com este lançamento, a Old Pulteney mira nos apreciadores de whisky franceses e espera lançar outro vintage do Flotilla. Esta versão de 70cl é engarrafada em 46% ABV, possui cor natural e é não filtrada a frio. O preço: € 54.

*Entente Cordiale – conjunto de tratados de cooperação entre Reino Unido e França.


Fonte: whiskyintelligence.com


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Catto's celebra seu fundador visionário com nova roupagem


O patrimônio notável do whisky escocês Catto's foi representado em um novo e impressionante design da garrafa e da embalagem, lançados no último mês. O premiado whisky mergulhou fundo na história de seu fundador James Catto, um empresário ambicioso e pioneiro dos blendeds e que foi um dos primeiros a enviar whisky para todo o mundo, quando Catto's foi criado em Aberdeen, em 1861.

O espírito empreendedor de James Catto está no cerne da nova proposta da marca, que presta homenagem às conexões do início da produção do whisky com a idade de ouro das viagens no oceano, das linhas de navegação White Star, que também vêm de Aberdeen, e cujos fundadores eram amigos antigos de escola de James Catto.

O design dinâmico e elegante da nova garrafa tem uma estética contemporânea. A forma do rótulo toma a inspiração da proa de um barco e a garrafa caracteriza um "efeito cascata", como se um barco estivesse cortando um caminho através das ondas no oceano. O projeto reflete a história dos transatlânticos que teriam levado o Blended Scotch Whisky de Catto a todos os cantos do mundo.

O novo visual de Catto's está sendo revelado para a indústria global desde o último mês e visa dar à marca uma forte identidade no segmento de padrão superior da categoria, com lançamentos no Canadá, Rússia e Espanha e, em seguida, será implantado globalmente em 2016.

Os apreciadores de whisky poderão se identificar com o espírito pioneiro de James Catto e sua dedicação para fazer um whisky excepcional, lançado na Escócia, com uma determinação para enviá-lo ao redor do mundo para que mais pessoas pudessem desfrutar. As belas garrafas e embalagens trarão a sua história para a vida e darão um novo olhar marcante para apoiar os planos ambiciosos da Catto's nos mercados globais nos próximos anos.

Catto's é um whisky perfeitamente equilibrado com uma alta proporção de maltes das regiões de Speyside e Highland, descritos na Bíblia de Jim Murray de 2015 como "um whisky absolutamente magistral, que refresca e relaxa."


Fonte: whiskyintelligence.com


domingo, 15 de novembro de 2015

Desvendando Nº 31 - Bell's Extra Special

“Vários whiskies bons misturados entre si agradam aos palatos de um número maior de pessoas do que um whisky puro”, disse Arthur Bell.


Assim como vários outros blends escoceses, o Bell's inicia sua história numa pequena loja da cidade de Perth. A loja foi aberta em 1825 e comercializava chá e whisky.

Arthur Bell se tornou sócio da empresa em 1850 e passou a se interessar pelos whiskies misturados, que cresciam em popularidade. Por isso, começou a comprar estoques de bons whiskies para seus clientes e também para o blend da empresa, que ganhava mercado. O crescimento do sistema ferroviário da Escócia significava maior capacidade de escoamento da produção aos novos mercados que se abriam na Inglaterra, o que o levou a nomear logo um representante em Londres, em 1863.


Arthur morreu em 1900 e deixou a empresa para os filhos. Quatro anos depois o nome Arthur Bell & Sons já estampava o rótulo da bebida, que mostrava uma pedra sendo arremessada por um jogador de curling (esporte tradicional escocês jogado em uma pista de gelo, que lembra o boliche e é bastante popular nos Estados Unidos, no Canadá e em países nórdicos).

Em 1933, a Bell's adquiriu as destilarias Blair Athol e Dufftown e, três anos depois, a Inchgower. Em 1985, a companhia perdeu sua independência e foi comprada pela Guinness e, em seguida, pela United Distillers.


Hoje em dia a empresa pertence à Diageo, que tomou uma série de medidas para consolidar a posição da Bell's. As instalações destinadas aos visitantes da destilaria Blair Athol (a fonte do single malt da essência do blend) foram melhoradas e o blend em si passa por transformações e evoluções contínuas, Depois de 14 anos sendo vendido como um 8 anos, o Bell's não apresenta indicação de idade desde 2008. Porém, mantendo o espírito do próprio Arthur Bell, grande ênfase é depositada na qualidade dos blenders, e a empresa afirma que os consumidores experientes preferem a nova versão.

Os decanters famosos da Bell's são lançamentos com edições limitadas. Foram produzidos pela primeira vez na década de 1930 e um decanter decorado com imagens festivas e alegres é lançado a cada Natal desde 1988.


O que pude perceber:
Cor: ouro claro. Médio corpo.
Aroma: cereais, lembrando pão, malte, caramelo, baunilha, álcool não muito pronunciado e grãos. É bem seco. Com um pouco de água, os aromas foram suavizados, pronunciaram-se os de cereais e deu para perceber algo frutado, cítrico. Com uma pedra de gelo, desta vez senti um cheiro azedo, assim como o cheiro de grãos bem pronunciado. Um pouco de frutado. A baunilha sumiu.
Paladar: primeiro nota-se um sabor azedo, adstringente, depois, o álcool, que não é muito sentido no aroma, vem queimando tudo, deixando uma ardência na boca. Por fim, o sabor dos grãos toma conta. Com água, o azedo do início enfraqueceu, começou mais leve, passou para o gosto de cereais e então, o álcool voltou a preencher a boca, descendo queimando. Com gelo, o whisky ficou meio licoroso e seus sabores se enfraqueceram. Ficou cremoso, permanecendo ainda o azedo, porém a queimação do álcool diminuiu bastante. A finalização ficou bem curta.

Depois que você o prova, consegue sentir os cheiros de ervas e temperos, algo picante. Na segunda prova, já esperando o que vinha pela frente, deu para perceber outros sabores, mas o álcool sempre toma conta, assim como o sabor picante e de ervas. Dos blends que experimentei até agora, na minha opinião, este foi o pior.

Quem acompanha meu blog sabe que não tenho preconceito com a bebida e experimento todos, sem distinção. Mas este eu confesso que não gostei. Um sabor azedo, algo como produto de limpeza toma conta de tudo, mesmo com água e gelo. Cabe ressaltar, porém, que não é o mesmo Bell's vendido aqui no Brasil. Este é o Bell's Extra Special, engarrafado na Escócia e com 43% ABV. O que é vendido no Brasil é engarrafado aqui e com 40% ABV. Talvez esta diferença de 3% no teor alcoólico tenha feito com que o whisky ficasse “ardido”. Acho que em misturas, ele ficará bom.




Bell's Extra Special

Blend Teor Alc 43%


Assim como o Blair Athol, o Dufftown e o Inchgower são componentes importantes deste whisky, juntamente com o Glenkinchie e o Caol Ila. Um blend moderadamente encorpado, com aroma de nozes e leve sabor de especiarias.