Whisky

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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Destilaria Dalmunach é inaugurada em Speyside

A Chivas Brothers, braço de whisky premium da Pernod Ricard, moveu-se para garantir futuros fornecimentos de malte com o lançamento da destilaria Dalmunach. A operação de £ 25 milhões foi aberta no local de uma antiga destilaria em silêncio sobre as margens do Rio Spey.


A destilaria Dalmunach, em homenagem à piscina nas proximidades do Rio Spey em cujas margens fica a nova unidade, foi inaugurada oficialmente pelo Primeiro Ministro Nicola Sturgeon. A conclusão da destilaria em Carron vê o culminar de um pacote de investimentos que aumentou a capacidade de destilação de whisky de malte em 17% para a Chivas, o que irá apoiar a demanda global de longo prazo para suas marcas.

Situada no local da antiga Destilaria Imperial que foi desativada em 1998, Dalmunach foi construída utilizando as mais recentes inovações e competências ambientais tais como a tecnologia de recuperação de calor. É a destilaria mais eficiente em energia dentro do portfólio da Chivas Brothers, com uma melhoria de eficiência de 20% sobre as destilarias tradicionais.

Dalmunach é capaz de produzir até 10 milhões de litros por ano com alta qualidade, o espírito e estilo de Speyside, para ser usado em blendeds best-sellers do portfólio Chivas Brothers, que inclui Chivas Regal, Ballantine's e Royal Salute.

Cada elemento do design da destilaria, incluindo as formas fixas únicas, tem sido orientado para a produção do whisky de malte da mais alta qualidade de Speyside, com um caráter rico e frutado.

Com a abertura, Dalmunach será a destilaria de número 115 em toda a Escócia e, além de ampliar a destilação de whisky de malte em 17%, faz com que a Chivas atinja o compromisso de dispêndio de capital para investimento anual de R$ 60 milhões. Este investimento continua e já começaram os trabalhos no aumento de capacidade do The Glenlivet.


A arquitetura da destilaria foi inspirada na forma de um feixe de cevada refletindo o principal ingrediente do whisky single malt. Ela abriga oito exclusivos alambiques de cobre, com uma forma de tulipa usada para os alambiques de cerveja e uma forma de cebola utilizada para os alambiques de espírito, replicando os da destilaria Imperial que foi situada no local desde 1897 até 2012. Os alambiques foram posicionados em um projeto circular que proporciona uma estética única para o futuro.

Outras características originais da destilaria anterior foram cuidadosamente incorporadas para assegurar um sentimento de herança que permanece intacta. O tijolo vermelho do edifício do moinho original foi recuperado para criar uma parede na nova área de entrada e a madeira das cubas originais foram usadas para formar uma entrada e adornar as paredes da nova sala que contém 16 novas cubas de aço inoxidável.

A destilaria Dalmunach não será aberta aos visitantes, mas será visível a partir da trilha de caminhada Speyside Way. Um grande cuidado foi tomado para assegurar que a fachada externa da destilaria estivesse em harmonia com seu ambiente circundante e ao estilo arquitetônico tradicional da região, proporcionando, assim, um novo ponto de vista interessante para os transeuntes.


Fonte: whiskyintelligence.com


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Desvendando Nº 25 - Teacher's Highland Cream

Recentemente meus colegas de blog e de degustação realizaram a degustação do Glendronach 15 anos e o descreveram como um whisky excepcional. Como não estava presente, não possuo o Glendronach e ele nem é vendido no Brasil, minha saída foi procurá-lo de outra maneira. E eis que o encontro num whisky que, nas prateleiras, é colocado ao lado dos whiskies brasileiros e, talvez por causa disso, passe uma imagem equivocada. Seu preço, pelo menos, concorre com eles. Trata-se do Teacher's Highland Cream, whisky genuinamente escocês que, por questão de importação e impostos, é engarrafado aqui no Brasil.


A história deste whisky começa com William Teacher, que nasceu em 1811, época difícil para os escoceses. As guerras napoleônicas (1803-1815) e o bloqueio de grãos imposto pelos franceses trouxeram escassez de comida. William começou a trabalhar com sua mãe num moinho de tecido, mas em 1830 estava trabalhando para a senhora McDonald, em sua mercearia em Glasgow, e se especializou em vinhos e destilados.

Ele se casou com a filha da senhora McDonald, Agnes, e após alguns anos eles abriram suas próprias lojas Teacher. Em 1856, a Teacher's abriu a primeira loja de varejo, que vendia não somente whisky a granel ou em garrafas para consumo fora das dependências, mas também whisky no copo, para consumo imediato. Essa foi a primeira de muitas inovações que William e seus descendentes trariam ao mundo do whisky.

William morreu em 1876, e seu obituário no jornal Scottish Standard afirmava: “O nome de Teacher é conhecido onde quer que seja, e é um nome de confiança na Escócia [...] seus esforços foram recompensados com o sucesso […] até a ocasião de sua morte, ele e seus filhos tinham mais lojas em Glasgow, acredita-se, que qualquer outra firma envolvida no comércio de whisky”.


A Teacher's começou a exportar em 1878, e o primeiro pedido foi feito pela John Reid & Co Ltd, da Nova Zelândia. Em 1884, a marca Teacher's Highland Cream foi registrada por Robert Hart. O primeiro sócio da empresa que não era da família.

Começando como “um item muito pequeno”, o Highland Cream dominou a firma de tal maneira que negócio e marca ficaram ligados.
Como aconteceu com muitas empresas escocesas independentes, a Teacher's teve bastante dificuldades para não ceder às ofertas do capital externo. Sob pressões prolongadas da II Guerra, impostos altos, necessidade de investimentos constantes e modernização, muitas famílias quebraram.

A Teacher's foi afortunada. Sobreviveu por conta própria até 1976, quando os proprietários negociaram um acordo com a Allied Brewers, ao invés de esperar uma inevitável aquisição hostil. Assim, a família manteve um papel importante, mesmo que a propriedade tenha passado para outras mãos.


A Allied Brewers evoluiu para Allied Lyons e depois para Allied Domecq. A Teacher's foi adquirida em 2005 pela Pernod Ricard e depois vendida, junto com a Laphroaig e outras marcas de vinhos e destilados para a Fortune Brands dos EUA por, segundo foi divulgado, 2,8 bilhões de Euros.

Desde os primeiros dias, o Teacher's sempre foi um blend de muito sabor, solidamente construído com os single malts de caráter marcante da empresa, provenientes de Glendronach e, mais particularmente, de Ardmore. Na verdade, mais de 35 whiskies entram na composição do Highland Cream, um whisky individualizado, com textura sedosa e final bem rápido que deixa um paladar refrescante.

Curiosidade: em 1913, a Teacher's lançou a campanha “aposente seu saca-rolhas”. William Manera Bergius, neto do fundador, tinha inventado uma tampa com uma saliência na parte superior que poderia ser retirada com uma simples torção.


O que pude perceber:
Aroma: suave, cereais, malte, um pouco defumado. Com um pouco de água, pronuncia o aroma defumado, fica mais suave e nota-se um cheiro de caramelo que antes não aparecia. Com gelo os aromas se fecham, eles estão lá, mas enfraquecidos.
Paladar: confirma no paladar os aromas sentidos. Sabor de cereais, de malte e também o defumado. Dá para sentir também um pouco de frutas secas e um pouco apimentado. Apesar de sentir uma leve dormência na boca, o álcool não é pronunciado. Com água o álcool desaparece e a dormência na boca também, ressaltando o sabor de cereais e também o floral. Com gelo fica ainda mais suave, porém dá ênfase no enfumaçado.

Whisky dourado claro, não encorpado e com adição de caramelo. E neste quesito, ponto para a Teacher's que informa isto no seu rótulo. Me surpreendeu. Esperava uma bebida mais forte, com uma pegada mais pesada. A suavidade dele é que me surpreendeu. Não dá para esperar muito de um blended nesta faixa de preço, mas este foge à regra, é um whisky honesto. O uso do gelo realçou um sabor que eu aprecio num whisky que é o defumado, mas o defumado no ponto certo, não muito. Eu passaria uma noite inteira fácil bebendo este whisky com gelo. Aliás, comprei esta versão de 250ml (R$ 15,00) para atender aos pedidos dos leitores que pediram um review do Teacher's e terminei com a garrafinha enquanto escrevia. Um dos melhores blends da categoria e por um preço muito bom. Aliás, acho que é o mais barato de todos.

Possuindo 45% de single malt em sua composição, é o blend com a maior proporção deste tipo de whisky. É o mais vendido do mercado brasileiro em todos os segmentos, com 22,4% de market share nacional. Possui forte presença no Nordeste, com 44,1% de participação do segmento.

Agora, está chegando ao mercado brasileiro em uma nova embalagem, com rótulo repaginado, cores mais quentes e detalhes em tons dourados. O logotipo e o brasão da marca ficaram mais modernos, com destaque para a destilaria de Ardmore, na Escócia.

Não é um Glendronach propriamente dito, mas é um whisky que eu gostei efetivamente e o coloco junto com o White Horse e o Dewar's White Label como blended standards excelentes.



Teacher's Highland Cream

Blend teor Alc 40%


Repleto de sabor, oleoso, com notas de calda e de caramelo no nariz, além de balas de leite e alcaçuz no palato. Textura uniforme, além de final bem rápido que refresca o palato.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Um guia para os nomes em Gaélico das destilarias

As destilarias da Escócia foram construídas muitas vezes há séculos e, como tal, muitas foram nomeadas na forma tradicional da Escócia, usando nomes gaélicos.

Tão romântico quanto o próprio espírito, o gaélico é uma linguagem maravilhosamente poética, embora muitas vezes seja impenetrável para aqueles que não a falam.

Olhamos para as origens de algumas das mais famosas destilarias da Escócia para descobrir onde seus nomes se originaram e o que eles significam:

1. Destilaria Cardhu, Moray
(Região: Speyside, Fundação: 1824)
Fundada por John Cumming, contrabandista de whisky em 1824, a Cardhu é atualmente gerida pela Diageo.
Cardhu deriva do gaélico escocês Carn Dubh, que significa 'Black Rock', ou rocha negra.
O whisky produzido pela Cardhu torna-se uma parte importante dos famosos Johnnie Walker blended whiskies.


2. Destilaria Oban, Oban
(Região: Highland, Fundação: 1794)
A destilaria está situada na costa oeste da Escócia, na cidade pesqueira de Oban e é propriedade da Diageo.
Oban deriva do gaélico escocês An t-Oban que significa 'The Little Bay', ou pequena baía.
A destilaria Oban foi construída antes da cidade de mesmo nome, que surgiu mais tarde, através do porto.


3. Destilaria Bunnahabhain, Islay
(Região: Islay, Fundação: 1881)
A Destilaria Bunnahabhain está situada no lado norte da ilha de Islay perto de Port Askaig e é propriedade da Burn Stewart.
Bunnahabhain é derivado do gaélico escocês Bun na h-Abhainn que significa "mouth of the river", ou boca do rio.


4. Destilaria Auchentoshan, Clydebank
(Região: Lowlands, Fundação: 1823)
Situada no sopé das colinas perto de Kilpatrick, Clydebank, a destilaria Auchentoshan é propriedade de Morrison Bowmore.
Auchentoshan é derivado do gaélico Achadh an Oisein e se traduz como "corner of the field¨ ou canto do campo.
A destilaria Auchentoshan foi reconstruída na sua totalidade por Eadie Cairns em 1969.


5.Destilaria AnCnoc / Knockdu, Knock
(Região: Highland, Fundação: 1894)
Situada em Knock, Banffshire, AnCnoc é propriedade da Inver House Distillers.
Knockdu é derivado do gaélico escocês Cnoc Dubh que se traduz como 'Black Hill' ou colina negra. 
A destilaria Knockdu foi forçada a mudar o nome de seu whisky para anCnoc em 1994 em uma tentativa de evitar confusão com o whisky Knockando. AnCnoc, por sua vez, significa 'The Hill', ou a colina.


6. Destilaria Laphroaig, Islay
(Região: Islay, Fundação: 1815)
Situada na costa sul da ilha de Islay, Laphroaig é propriedade da Beam Suntory.
O nome gaélico Laphroaig significa ¨the beautiful hollow by the broad bay” ou a bela oca pela ampla baía, embora haja uma disputa sobre o nome com alguns citando que Laphroaig é derivado do nórdico 'Breid-Vik', significando apenas “ampla baía”.
Em 1954, Ian Hunter, que possuiu a destilaria, morreu. Ele legou toda a destilaria para a amiga e empregada Bessie Williamson, que tomou as rédeas como uma das primeiras mulheres proprietárias e destiladoras na indústria.


7. Destilaria Bruichladdich, Islay
(Região: Islay, Fundação: 1881)
A destilaria Bruichladdich está situada no selvagem Rhinns de Islay e é propriedade da Rémy Cointreau.
O nome é derivado de duas palavras gaélicas brudhach e chladdich. O nome completo sendo Brudhach a Chladdaich se traduz como "brae by the shore” ou costa escarpada.
O Bruichladdich Octomore 2009 - Edição 06.3 - tem um nível de turfa de 258ppm (partes por milhão) tornando-o um dos whiskies mais turfados que existem.


8. Destilaria Lagavulin, Islay
(Região: Islay, Fundação: 1816)
A destilaria Lagavulin está situada na pitoresca Lagavulin Bay, na ilha de Islay e é propriedade da Diageo.
O nome Lagavulin deriva do gaélico lag a'mhuilin, que significa "hollow by the mill” ou oco pelo moinho.
Os registros mostram destilação ilícita em pelo menos dez destilarias diferentes no terreno da destilaria atual, remontando ao ano de 1742.


9. Destilaria Tomintoul
(Região: Speyside, Fundação: 1964)
Situada na pitoresca Glenlivet e nomeada assim como a aldeia mais alta nas Highlands escocesas, Tomintoul (pronuncia-se “tom-in-towel”) é propriedade da Angus Dundee.
Tomintoul deriva do gaélico escocês Tom an t-Sabhail, que significa "the hill of the barn” ou o morro do celeiro.
Tomintoul entrou para o Livro Guinness de Recordes Mundiais produzindo a maior garrafa de whisky do mundo, contendo 105,3 litros de um whisky de malte de 14 anos.


10. Destilaria Cragganmore, Ballindalloch
(Região: Speyside, Fundação: 1869)
A destilaria Cragganmore está situada perto da aldeia de Ballindalloch em Banffshire e é propriedade da Diageo.
Cragganmore é derivado do gaélico Creagan mór traduzido como "Great Rock“ ou grande rocha.
John Smith construiu a destilaria a apenas metade de uma milha a partir da estrada de ferro na estação de Strathspey Ballindalloch, tornando-se uma das primeiras destilarias de Speyside a tirar proveito do transporte ferroviário.




Fonte: foodanddrink.scotsman.com


quinta-feira, 2 de julho de 2015

Kilchoman 100% Islay 5th Edition

Kilchoman lançou a quinta edição do seu engarrafamento 100% Islay, com toda a cevada cultivada em sua própria fazenda.


Mais nova destilaria em Islay, a história de Kilchoman já atingiu dois dígitos. Fundada em 2005, a destilaria tem feito a sua marca na ilha, mantendo as coisas locais e, com a Rémy Cointreau abocanhando a destilaria Bruichladdich em 2012, Kilchoman tornou-se a única destilaria de propriedade independente em Islay.

O último lançamento da Kilchoman é a quinta edição dos seus engarrafamentos 100% Islay, feitos com cevada cultivada na destilaria e turfada a cerca de 25 ppm, a metade do nível de outras expressões da Kilchoman. Este nível mais leve dá à bebida uma bela fragrância e equilíbrio. O whisky é amadurecido em barricas unicamente ex-bourbon que foram preenchidas em 2009 e 2010.


Kilchoman 100% Islay 5ª edição, 50% ABV

Nariz: limpo, com casca de limão e notas macias de pêra, perfumado, seguido por uma pitada de pimenta recém-moída, amêndoas, fumaça sutil e um agradável aroma de cera de vela. Com adição de água, reduz-se a pimenta, ao mesmo tempo que eleva o frutado.
Paladar: o frescor permanece, e há um belo equilíbrio neste whisky. O fruto macio é reforçado pela turfa e pelo fumo, e não sobrepujado por eles. Tudo está em seu lugar: o limão refrescante, o frutado e a sedutora combinação de pimenta e turfa.
Final: espirituoso e longo, com a turfa e a pimenta persistentes.

Elegante e discreto, este é um whisky equilibrado e de gosto limpo, que não sente a necessidade de se impor.

Kilchoman 100% Islay 5th Edition está disponível para compra a partir de £ 68,95.


Fonte: whiskyintelligence.com